SÃO PAULO, 6 de setembro de 2022 /PRNewswire/ — “Independência ou morte!” A história oficial narra ter sido essa a notável frase bradada por Dom Pedro I, em 7 de setembro de 1822, logo após a leitura das missivas que recebera no Rio de Janeiro e ao simbólico ato de arrancar às insígnias portuguesas de sua indumentária, para proclamar a independência do Brasil de Portugal às margens do Riacho Ipiranga. O Imperador cavalgava de Santos para São Paulo com o objetivo de acalmar uma rebelião provincial e ter o coração afagado por Domitila de Castro Canto e Melo. Concomitantemente,  Dona Leopoldina e José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência, prepararam e enviaram carta ao Imperador informando-lhe de que as cortes de Lisboa se reuniam para decretar o retorno do status brasileiro a posição hierárquica anterior, com a qual o Brasil deixaria de ser um reino unido de Portugal e Algarves, retornando à situação colonial rasteira e exigindo o retorno do Imperador à Portugal –  uma consequência do enfado português com o 05/01/1822, o Dia do Fico – (pelo bem-geral da nação diga ao povo que fico!). “Atualmente, historiados atrevem-se a creditar a esse dia o início da independência brasileira”, explica Marta Fadel.

Há uma unanimidade na historiografia oficial com o fato de que Dom Pedro I, criado no Rio de Janeiro, tinha espírito brasileiro. E isso também conspirou em favor do rompimento umbilical do Brasil para com Portugal. Entretanto, para consubstanciar esse fato, o apoio da elite local era necessário. Assim sendo, o Brasil declara a sua independência de Portugal, mas continua uma monarquia escravista. Uma sorte de revolução conservadora, pois as elites e as províncias brasileiras não se desintegraram porque estavam todas unidas em benefício de uma nação cuja base econômica era escravocrata. Outro pilar que contribui para explicar a independência do Brasil naquele momento foi a onda emancipadora das colônias espanholas, que ademais de se tornarem repúblicas, aboliam a escravidão.

De acordo com Marta Fadel, “o Brasil não poderia ficar para trás nesse movimento histórico do então novo mundo. Porém, tudo tem o seu preço e o custo da independência brasileira é considerado por muitos historiadores uma dívida eterna”. Em consequência da análise do Tratado de Paz e Aliança de 29/8/1825 percebe-se que finalmente Portugal reconhece a separação do Brasil. No bojo da convergência de uma série de benefícios, onde por um lado os grandes proprietários de terra e os senhores de escravos brasileiros, dependendo de manutenção de seus privilégios, se somam a uma relação intrínseca de interesses da potência inglesa de modo que o Brasil se comprometeu a pagar a dívida externa de Portugal para com a Inglaterra. Esta emprestou os recursos necessários para assegurar o pagamento deste valor pelo Brasil, recém tornado independente, não tinha condições de honrar o pagamento da pesada indenização estabelecida pelo Tratado de 1825. Mas, a história tem as suas nuanças e conta ela que o valor nem chegou a sair da própria Inglaterra, uma vez que Portugal já tinha junto aos ingleses uma dívida equivalente. Assim, finalmente se materializa o reconhecimento português da independência brasileira, ato imediatamente seguido por diversas outras nações europeias. O Brasil já era uma nação capaz de celebrar acordos e negócios com o mundo.

O Brasil figura entre as 10 principais economias mundiais segundo o Produto Interno Bruto. E já foi a sexta economia, pelos mesmos critérios. Dado que não condiz com a pífia posição nacional quanto a desigualdade social.

“A verdadeira emancipação e independência brasileira somente se consolidará quando a igualdade social for uma característica indelével da República Federativa do Brasil”, conclui Fadel.

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FONTE Marta Fadel

SOURCE Marta Fadel